28/07/2011

Imunidade

Na vertigem do lamento,
sento...
Isento dos tormentos.
Tudo é o momento,
lento...
Sumindo no esquecimento.
Da mente que mente,
sente
O veneno da serpente
dentro
Dos sonhos do destino.
Sigo...
Com os sentidos dormentes
Do ofídico dente.
me desfaço..
De todos os embaraços.
No abano das asas do tempo
E, no abraço do vento
Ganho o infinito!





Convite

A saudade é só uma lágrima
Para espantar a dor.
E, o beijo que o vento trás
Nas asas da noite
É quase um apelo...
Um retroceder para a
sombra de um ontem
Nostalgicamente silencioso.
Mas quando os sonhos adormecem
E, despertamos na luz da magia...
Voltamos para o amor do eterno gozo
Que fica além da cegueira do dia.
E, as lembranças...
Que estavam esquecidas
Brotam como as flores na primavera.
Enquanto a silente melancolia
Se faz canção nos lábios do vento.
Porque a saudade é só um convite
Para mergulharmos na eternidade...

Caminhos do silêncio

Beijo a saudade nas faces do silêncio
Nessa tarde que entorpece a tristeza.
O vento ameno agita as lembranças
De tempos utópicos.
Enquanto o sonho me embala
Numa viagem para o infinito.
O sol que ficou para trás
Ainda ilumina a alma da lua
Que reflete os olhos do desejo.
E a noite se perde
Pelos caminhos do pensamento
Quando a solidão se faz presente.
Somente o repicar de sinos esquecidos
Trazem a sobriedade de um momento eterno...

Muito prazer!

O meu nome, é liberdade...

Eu sou o sol poente
E um pouco do entardecer!
Tenho o vento oeste como guia
E as asas da lua para voar.
Sou o conhecimento dos deuses.
Sou a ingenuidade dos inocentes...
Sou aquela que nunca existiu
Mas que sempre presente está!
Eu posso amar a todos...
E posso não querer amar também.
Por que? Sou a liberdade
Que mergulha para o infinito
E, nadando no conhecimento
Venho aportar na luz...
Essa luz que alumia meu ser

E que me da a liberdade.
A liberdade de ser livre...
Se eu quiser!

Combinação

Era eu só
E, você...

Na garganta o nó.

Era você

E, eu...

No coração o pó

De histórias esquecidas.

Éramos nós e os nós

Que a vida nos impôs.

Vou eu só...

Plantar os contos perdidos

Na areia da tristeza.

Anda você só...

Acompanhado pelas incertezas.

Serei eu só

E, você...

Sempre estará

Sonhando nós, só...

Muito além da sintaxe.



26/07/2011

Já não sou eu...

Já não sou mais eu...

Mas uma ínfima fração
De um universo em extinção.
Uma fagulha da imaginação!
Já não sou mais eu...
Mas aquela que se divide
E, se multiplica...
Nos pensamentos de uma era.
O que restou de uma civilização!
Uma partícula invisível eu sou
Na etérea nevoa a velejar
Entre os mares obscuros do mundo.
Sou o ponto de partida
Que nunca encontra o seu final.
Já não sou mais eu...
Mas a lembrança do que terá sido
Na eterna memória do tempo
Vagando no silêncio do espaço.
As sobras de uma criação!
Já não sou mais eu...
Mas o sentimento de uma existência
Em moléculas supérfluas da vida
Desintegrando no vácuo.
Sou o átomo da salvação!
Já não sou mais eu...
Mas quem sabe, um instante do ato
Expressado num breve relato
No palco ilusório da alma.
Sou a parábola da intenção!
Já não sou mais eu...
Sou os seus olhos hipnotizados.
Sua mente aguçada.
Sou a sua atenção!
Absorvida nas asas do tempo
Esquecendo por um momento
Esse mundo em mutação.

Contradição

No sim...
Talvez o não.

Ou não sei dizer
O que diz meu coração!
No não...
Quem sabe, o sim
Se esconde...
Na aparente decepção.
Nego aquilo que quero
No não...
Do sim que espero.
E o sim querendo dizer não
E no não me desespero
Nessa eterna contradição!