26/07/2011

Já não sou eu...

Já não sou mais eu...

Mas uma ínfima fração
De um universo em extinção.
Uma fagulha da imaginação!
Já não sou mais eu...
Mas aquela que se divide
E, se multiplica...
Nos pensamentos de uma era.
O que restou de uma civilização!
Uma partícula invisível eu sou
Na etérea nevoa a velejar
Entre os mares obscuros do mundo.
Sou o ponto de partida
Que nunca encontra o seu final.
Já não sou mais eu...
Mas a lembrança do que terá sido
Na eterna memória do tempo
Vagando no silêncio do espaço.
As sobras de uma criação!
Já não sou mais eu...
Mas o sentimento de uma existência
Em moléculas supérfluas da vida
Desintegrando no vácuo.
Sou o átomo da salvação!
Já não sou mais eu...
Mas quem sabe, um instante do ato
Expressado num breve relato
No palco ilusório da alma.
Sou a parábola da intenção!
Já não sou mais eu...
Sou os seus olhos hipnotizados.
Sua mente aguçada.
Sou a sua atenção!
Absorvida nas asas do tempo
Esquecendo por um momento
Esse mundo em mutação.

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